|
Órgão
oficial do STI Químicas, Farmacêuticas,
Abrasivos, Material Plástico, Tintas e
Vernizes de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras,
Franco da Rocha e Francisco Morato - Filiado à
Central Força Sindical
- Rua Francisco Paula Santana, 119 - Tel. 209-7800
e 6463-2244 - Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio
Silvan Oliveira - Jorn. Resp.: Luís Alberto
Caju (Mtb.19.281-SP)
|
|
|
|
|
Crime
organizado movimenta US$ 3 bilhões
O
tráfico de drogas, de armas, de órgãos
humanos para transplante, de imigrantes, trabalho
escravo, pedofilia e novas formas de prostituição
e componentes nucleares para armamentos movimentam
US$ 1 bilhão (cerca de R$ 3,5 bilhões)
por dia no sistema bancário mundial. Os cálculos
são do juiz aposentado Walter Fanganiello
Maierovitch, ex-secretário Nacional Antidrogas
no governo FHC, no período 1998-2000, e presidente
do Instituto Giovanni Falcone de Ciências
Criminais, ligado à Fundação
Falcone da Itália que mandou vários
mafiosos daquele país à cadeia durante
a Operação Mãos Limpas na década
de 90.
Para combater esse poder paralelo em nível
mundial, explica; a ONU (Organização
das Nações Unidas) elaborou uma convenção
com o objetivo de ter uma legislação
padrão a todos os seus Estados-membros. “A
Convenção de Palermo, em fase de ratificação
no Congresso Nacional, adotou o modelo italiano
de sucesso no combate às organizações
criminosas especiais”, destacou.
De acordo com Maierovitch, em primeiro plano surgem
as quadrilhas e bandos comuns, depois as que seguem
o modelo mafioso, com o controle social de territórios,
como bairros, quarteirões, favelas, morros
e presídios, que espalham o medo na comunidade
visando o silêncio e obediência da população.
Em terceiro ficam as associações terroristas
que espalham o pavor internacional. “Essas
organizações terroristas não
se confundem com as Farc e ELN. Elas, utilizando
estes métodos criminosos, querem a mudança
do regime político. Aliás é
um erro chamar as Farc de organização
terrorista e dizer que o Brasil é uma Colômbia.
Pois o crime organizado brasileiro não pretende
derrubar o governo federal e instalar um regime
revolucionário”, descreveu.
Segundo ele, a criminalidade especial precisa de
aeroportos, rodovias, bancos e portos. Pagam o transporte
da droga com a própria droga e as quadrilhas
e bandos terceirizados cuidam da sua venda recebida
em pagamento. “Este material é usado
pelos Estados Unidos para atender interesses estratégicos,
econômicos e políticos. Na Colômbia
não há indústria química
e o maior exportador de éter, acetona e pergamanato
de potássio (alguns dos produtos usados na
fabricação da cocaína) são
os norte-americanos”, disse.
O problema no Brasil poderia ser enfrentado com
mais rigor, na opinião de Maierovitch, mas
o governo FHC foi incapaz de entender o poder de
fogo da criminalidade organizada. “Não
reestruturou a Polícia Federal e a Polícia
Rodoviária Federal. Tinha uma Secretaria
Nacional de Segurança sem poder sobre a Polícia
Federal. Para complicar, no Brasil as polícias
(estaduais, civis e militares; e federais –
polícia judiciário, rodoviária
e ferroviária) não se comunicam. Os
Ministérios Públicos não controlam
as polícias e também os estaduais
não se dialogam com o federal”, criticou.
Segundo ele, sem coordenação nacional,
emergência constitucional, novo sistema de
polícia e justiça, o governo Lula
não conseguirá combater o crime organizado. |
|
|
|
|