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Órgão
oficial do STI Químicas, Farmacêuticas, Abrasivos,
Material Plástico, Tintas e Vernizes de Guarulhos,
Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha e Francisco
Morato - Filiado à central FORÇA
SINDICAL - Rua Francisco Paula Santana,
119 - Tel. 209-7800 - Macedo CEP: 07112-020 -
Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio Silvan Oliveira
- Jorn. Resp.: Dennis de Oliveira (Mtb.18.447-SP)
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A
polêmica da flexibilização dos direitos trabalhistas paralisa
o Congresso
O
ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, é conhecido
pela sua ligação com os patrões. Foi eleito deputado federal
pelo PPB com apoio explícito da Federação das Indústrias
do Rio de Janeiro (Firjan, equivalente a Fiesp de S. Paulo).
Convidado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para
ocupar a pasta do Trabalho, ele vem revelando-se muito
mais como um ministro do Capital.
O ministro do Trabalho tentou passar, por baixo da idéia
da flexibilização dos direitos, a redução dos direitos
trabalhistas previstos na CLT. A tentativa não deu certo
devido a pressão dos sindicatos e de vários parlamentares
da oposição. A proposta do governo foi modificada.
O projeto de lei encaminhado pelo governo ao Congresso
prevê a possibilidade de, por meio de negociações entre
sindicatos e empresas ou entidades patronais, definir
formas de concessão dos direitos trabalhistas de forma
diferente do que está na legislação trabalhista. Por exemplo,
parcelar o período de férias; pagar o 13º ao longo do
ano em parcelas mensais; conceder o vale-transporte em
dinheiro, entre outros. O projeto proíbe, porém, que os
acordos violem os direitos que estão na Constituição,
entre eles, a jornada de trabalho máxima de 44 horas semanais,
o adicional mínimo de hora extra de 50%, o FGTS e toda
a legislação previdenciária.
Uma outra coisa importante é que o projeto que está em
tramitação no Congresso proíbe a supressão de direitos,
por exemplo - tirar as férias, o 13º, entre outros. O
que pode ser discutido somente é a forma de concessão
destes benefícios.
Outro dado importante: caso não haja acordo assinado entre
o sindicato da categoria e a empresa ou o seu representante,
prevalecerá o que está na lei. A empresa não pode, de
forma unilateral, querer mudar a forma de conceder os
direitos - ela tem que negociar com o sindicato e com
os trabalhadores e só com um acordo coletivo isto pode
ser feito.
É o mesmo que acontece com os já existentes “acordos de
compensação de horas”. A lei fala em jornada de 8 horas
diárias. Mas há a possibilidade de se fazer acordos de
compensação com o sindicato e os trabalhadores, de forma
a estender a jornada diária para além das 8 horas para
dar folga no sábado. Trata-se de flexibilização de uma
norma legal feita por meio de acordo coletivo com a participação
do sindicato e dos trabalhadores.
A Força Sindical considera este projeto importante
porque fortalece os sindicatos. É importante lembrar que
muitos dos direitos trabalhistas existentes hoje foram
conquistados, primeiramente, em acordos coletivos. Por
exemplo, antes da Constituição de 1988, a jornada de trabalho
era de 48 horas semanais. Mas nos anos 80, muitas categorias,
entre elas a dos químicos, já tinha jornada semanal de
44 horas prevista em acordo coletivo. A prática nas negociações
coletivas forçou a mudança da lei. Implantou-se a jornada
semanal de 44 horas na Constituição de 1988.
É isto que o Sindicato e a Força Sindical defendem.
A outra central sindical diz que a Força Sindical está
querendo retirar direitos - isto é mentira, o governo
tentou isto mas a Força foi - e sempre será - radicalmente
contra. Os sindicatos filiados à Força não foram à Alemanha
para negociar a redução de salários de metalúrgicos, como
fez um sindicato da outra central. O que a Força defende
- e o Sindicato dos Químicos de Guarulhos também
- é o aperfeiçoamento da CLT para que ela reflita a realidade
que já é praticada no mercado de trabalho graças a ação
do movimento sindical. |
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