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Órgão
oficial do STI Químicas, Farmacêuticas,
Abrasivos, Material Plástico, Tintas e
Vernizes de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras,
Franco da Rocha e Francisco Morato - Filiado à
Central Força Sindical
- Rua Francisco Paula Santana, 119 - Tel. 209-7800
e 6463-2244 - Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio
Silvan Oliveira - Jorn. Resp.: Luís Alberto
Caju (Mtb.19.281-SP)
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Furp
é campeã em acidentes de trabalho |
A
diferença entre a Hansa, segunda colocada com oito
ocorrências nos últimos três anos,
e a Furp é de 144%
A
Furp é a empresa que registra o maior número
de acidentes de trabalho na categoria: de 6 ocorrências
em 2001 subiu para 22 no ano passado. Crescimento de 266%.
Este é o resultado da pesquisa realizada, através
das cópias de CATs enviadas ao Sindicato dos Químicos
de Guarulhos e Região, envolvendo 132 das empresas
pertencentes à categoria na sua base. As segundas
e terceiras colocadas deste ranking são Hansa,
com cinco acidentes em 2000, três em 2001 e um no
ano passado, e Taurus com cinco ocorrências em 2002
e Norton com dois acidentes em 2000, dois em 2001 e outro
em 2002. A diferença entre o número de acidentes
registrados na Furp e Hansa é de 144%. Em relação
à Taurus sobe para 340%. A probabilidade de um
empregado se machucar, mesmo sem gravidade, é maior
na Furp do que na Hansa ou Taurus, mesmo com essas duas
tendo apenas o suporte de cipeiros, enquanto na Furp há
técnicos, médico e engenheiro; todos especializados
em segurança do trabalho.
Para
complicar a situação, de acordo com diretor
Severino Marques da Silva, do Departamento de Saúde
e Segurança do Trabalho do Sindicato dos Químicos
de Guarulhos , a Furp tem o Sesmt (Serviço Especializado
em Segurança e Medicina do Trabalho) com cinco
profissionais responsáveis pela segurança
do trabalho na empresa. “Ela tem técnicos
de segurança, médico do trabalho e engenheiro,
além de cerca de seis funcionários na Cipa.
A Hansa, com menos de 100 funcionários, conta com
apenas dois cipeiros e mesmo assim registrou poucos acidentes”,
afirmou.
O número elevado de pessoas envolvidas nas ocorrências
preocupa o sindicato. “Nunca tivemos uma empresa
com tanto acidentes de trabalho na cidade como a Furp.
A maioria foi notificada no INSS. Ou seja, o funcionário
foi afastado. Caso a situação não
melhore, pediremos a intervenção do Ministério
Público, porque é inadmissível a
Furp apresentar número tão alto”,
explicou. O número de funcionários, na avaliação
de Severino, não pode ser utilizado como desculpa.
“A Pfizer com quase 500 empregados teve três
acidentes de trabalho desde o ano 2000”, afirmou.
O elevado número de acidentes de trabalho na Furp
é mais grave, por tratar-se de empresa pertencente
ao governo de SP. O trabalho dos profissionais de segurança
e medicina do trabalho é definido pela NR-4, aprovada
pela Portaria do Ministério do Trabalho nº
3.214/78. “É o presidente da República
quem aprova essas normas (NR) e cabe ao Ministério
do Trabalho a regularização. Quem desrespeita
está ferindo uma lei federal”, explicou.
Na cláusula 58 da atual convenção
coletiva, as empresas são proibidas de utilizar
os técnicos especializados em segurança
e medicina no trabalho, durante o horário da sua
atuação nos serviços de prevenção,
em outras funções. “Porém,
os técnicos de seguranças são Office
boys. Eles são utilizados para fazer homologações
e comprar vale-transporte. O técnico ou médico
do trabalho precisam observar os funcionários para
evitar riscos de acidentes. Detectar equipamento com defeitos
e forma irregular de prestar serviços, como o empregado
carregar peso acima de sua capacidade,” argumentou.
Opinião
Há informações de que acidentes e
doenças ocupacionais, que são encaminhados
ou tratados internamente nos ambulatórios das empresas,
não ocorrem comunicações de acordo
com a lei. Desta forma, este número de acidentes
pode ser maior.
Aparentemente, esta preocupação da empresa,
pode representar um benefício ao trabalhador, num
primeiro momento. Por que o atendimento no ambulatório
é rápido, enquanto na Previdência
é lento. O risco é de que esse acidente
registrado, mais tarde resulta em alguma seqüela,
e o funcionário não tem meios de responsabilizar
a empresa. Por isto que o Sindicato atua com mais energia
e espera a colaboração e apoio dos funcionários.
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